Thursday, November 24, 2011
Coluna Surf (2009) by Cassio
Surf, por Cassio K. Nakamura.
Quando me deram a missão de escrever sobre surf no Nikkei portal, fiquei contente: poder escrever sobre uma das coisas mais importantes na minha vida será de um prazer inigualável. Fácil, pensei. Ledo engano.
Passado alguns segundos após a conversa com o Akira, ainda em êxtase pelo pedido do artigo e ao mesmo tempo um pouco preocupado de como escreveria sobre tal assunto, passou um filme na cabeça sobre o que surf representou na minha vida até então.
Tentarei descrever um pouco de como foi o filme, ou melhor, dos sentimentos/sensações que relembrei enquanto o filme passava :
Azul como o mar, laranja-róseo-avermelhado como um pôr-do-sol na praia de Pontal, feliz como um dia de churrasco com os melhores amigos, desafiador como um mar de ressaca, quente como um dia de verão, gelado como um banho de cachoeira, inebriante como o cheiro da maresia misturado com a essência doce da parafina de morango, linda como uma sereia iluminada pela lua cheia, forte, perigosa e intensa como uma onda de 10 pés quebrando em uma rasa bancada de coral afiada em algum lugar na Indonésia… Poderia aqui descrever pelo menos mais quinze páginas sobre o que senti nas recordações sobre o surf nesses ínfimos segundos de filme, mas não farei isso agora. Talvez em outra oportunidade.
Assim, momentos depois de sonhar acordado e em seguida refletir sobre o tal “Surf”, cheguei à uma conclusão de que não dá para resumi-lo em uma página, muito menos em duas, três, quinze. Nem em uma vida. Seria injusto, infame. Tanto para mim, mas como também para os outros surfistas e não-surfistas que estão lendo esse artigo. Muitos já tentaram escrever, descrever e poetizar sobre tal assunto. Todavia, a maioria, como os raios luminosos que passam por uma lente convergente, chegam a um mesmo ponto, ou seja, conclusão: surf é “feeling” (sentimento). Indescritível como o amor, ou melhor, como o primeiro beijo no seu primeiro amor.
Indescritível como remar rumo ao “outside” naquele final de tarde quente e mágico, com altas ondas, relembrando as famosas “September sessions” do nosso querido compositor/cantor/famoso Jack Johnson, ou como a inexplicável sensação de estar dentro de um salão azul-esverdeado, envolto por paredes líquidas em movimento, em perfeita harmonia com a natureza, na qual este momento parece ter parado no tempo, passando-se lentamente, semelhante quando você aperta a tecla “slow-motion” no controle remoto. Ou então, impossível de se descrever a sensação de encarar um dia gélido abaixo de zero, para pegar algumas ondas com os seus amigos e ainda sair do mar com hipotermia sorrindo feito uma criança que acaba de ganhar um doce. Indescritível também de como encaramos com um sorriso o preconceito, quando nos dizem que surf é esporte de vagabundo…
Para nós, seres deslizantes das águas salgadas, o primeiro gesto de carinho durante um relacionamento se equivale à primeira onda surfada. Sim, por incrível que pareça o surfista tem uma relação profunda com o mar, de paixão, respeito, amor, ou até ódio. Para alguns, quando esse gesto(surf) agrada, mas não muito, ou não faz muita diferença, o relacionamento é breve, curto, como um romance de verão. Para outros, que se apaixonam perdidamente pelas sedutoras ondas, o comprometimento é duradouro ou até eterno, como a famosa frase: “Até que a morte nos separe...”
A vida é feita de escolhas. Alguns escolhem ter carros, dinheiro, outros assistir TV, ir para a balada ou ainda fulanos de tal que escolheram se estressar para o resto de suas vidas. Mas eu escolhi o Surf. Isso mesmo, ou ele mesmo. Com ele aprendi a viver ainda mais, como apreciar o momento, o lugar, a onda, o amigo, a menina bonita, as rugas e sardas do sol, a pele bronzeada, o sentimento de arriscar e dropar a vida sem medo. Aprendi que não é vergonhoso ser, sentir. Aprendi também a lidar com as inesperadas nuances da vida, como as curvas de nossas almas, com os medos, angústias, alegrias, a paciência, vitórias e decepções. Aprendi a respeitar tanto a natureza quanto o próximo. Re-aprendi a viver.
Filosófico como Sócrates e seus discípulos Platão e Xenofonte, mas também simples como um papo reto com seus familiares. O que me importa definir a palavra “surf”? Nada. Porém, depois de tudo que escrevi acima, redescobri o quão ainda sou apaixonado por esse esporte sagrado dos Deuses e Reis Polinésios. E também de quanto sou grato por todos os momentos em que o surf me proporcionou. Tanto os bons como os ruins. Afinal, aprendemos muito com os momentos difíceis, não?
Aloha e Ombak bagús para todos!
Cassio K. Nakamura – Surfista de alma, corpo e coração, com muito orgulho.
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Sunday, January 16, 2011
Lazyness is my motto! Preguiça do caralh*, frio da p*rra...
Nestes dias estou com muita preguiça. Tamanha ela, que cheguei a não voltar para casa e acabei passando a noite no laboratório por não querer encarar esse frio maldito. Detalhe: meu apê fica a 10 minutos a pé da facul. Matutei depois: que merda é essa?? Que p*rra que estou fazendo aqui?? Divaguei mais ainda, e me acalmei logo em seguida pensando que o fim está próximo. Mais um mês e pouco e já estarei na terra prometida. Minto, mais 2 meses e estarei na terra onde nascem pés-de-manga, goiaba, banana, maracujá, abacate, mamão e amora em pleno quintal, onde o amarelo é ouro, as florestas são mais verdes, o céu é mais azul, e a corrupção e a malandragem correm soltas...
Mas essa preguiça me fez lembrar da outra "preguiça", ou melhor da "vagabundagem, vadiagem e ociosidade" enquanto estava no país tupiniquim, berço das coisas boas da minha vida.
A quanto tempo não tiro uma soneca depois do almoço de domingo...
A quanto tempo não deito numa rede com um copo de caipirinha apoiado na barriga, num dia de sol e Bezerra da Silva a cantar do meu lado, bombando nos autofalantes e dizendo: "Malandragem dá um tempo"...
A quanto tempo não recebo um telefonema perguntando o que vou fazer e responder: "Sei lá, agora estou com preguiça de pensar... Aliás, tem um churras lá na casa do Vader mais tarde, partiu pra lá."
A quanto tempo não deito no sofá e fico pulando de canal em canal tentando achar um jogo de futebol, nem que seja da segunda divisão do campeonato amazonense...
A quanto tempo não vou à praia ver as musas que nos inspiram tanto passarem...
Às vezes penso que de tanta saudades que tenho do País Tropical, eu não estaria aproveitando suficientemente o país do sol-nascente, terra dos meus antepassados. Fico puto, com raiva, mas nada adianta. Vou fazer o quê? Contudo, segundo meus amigos e colegas nipônicos, dizem que estou aproveintando até "demais". Vai saber, talvez eu esteja mesmo e ainda não percebi. Talvez sentirei falta dessa correria e pontualidade japonesa, dos caras gritando ao pé do meu ouvido quando entro em um restaurante, das lojas de conveniência extremamente convenientes e dos porres com meus bons amigos quando estiver de volta à terra de Artur Miró, Anabela Gorda e Jesus Correia (Meus filhos, Meu tesouro - Jorge Ben).
Entretanto, de uma coisa tenho certeza: quando eu voltar, o meu domingo vai ser sagrado, muito sagrado. Vai ser dia de fazer churrasco, tomar muita cachaça e deitar na rede. Dia de ir à praia no final de tarde e ver as curvas das mulheres brasileiras passarem. Dia de escutar boa música, ver futebol e dormir um sono tranquilo...
Mas essa preguiça me fez lembrar da outra "preguiça", ou melhor da "vagabundagem, vadiagem e ociosidade" enquanto estava no país tupiniquim, berço das coisas boas da minha vida.
A quanto tempo não tiro uma soneca depois do almoço de domingo...
A quanto tempo não deito numa rede com um copo de caipirinha apoiado na barriga, num dia de sol e Bezerra da Silva a cantar do meu lado, bombando nos autofalantes e dizendo: "Malandragem dá um tempo"...
A quanto tempo não recebo um telefonema perguntando o que vou fazer e responder: "Sei lá, agora estou com preguiça de pensar... Aliás, tem um churras lá na casa do Vader mais tarde, partiu pra lá."
A quanto tempo não deito no sofá e fico pulando de canal em canal tentando achar um jogo de futebol, nem que seja da segunda divisão do campeonato amazonense...
A quanto tempo não vou à praia ver as musas que nos inspiram tanto passarem...
Às vezes penso que de tanta saudades que tenho do País Tropical, eu não estaria aproveitando suficientemente o país do sol-nascente, terra dos meus antepassados. Fico puto, com raiva, mas nada adianta. Vou fazer o quê? Contudo, segundo meus amigos e colegas nipônicos, dizem que estou aproveintando até "demais". Vai saber, talvez eu esteja mesmo e ainda não percebi. Talvez sentirei falta dessa correria e pontualidade japonesa, dos caras gritando ao pé do meu ouvido quando entro em um restaurante, das lojas de conveniência extremamente convenientes e dos porres com meus bons amigos quando estiver de volta à terra de Artur Miró, Anabela Gorda e Jesus Correia (Meus filhos, Meu tesouro - Jorge Ben).
Entretanto, de uma coisa tenho certeza: quando eu voltar, o meu domingo vai ser sagrado, muito sagrado. Vai ser dia de fazer churrasco, tomar muita cachaça e deitar na rede. Dia de ir à praia no final de tarde e ver as curvas das mulheres brasileiras passarem. Dia de escutar boa música, ver futebol e dormir um sono tranquilo...
Wednesday, December 29, 2010
A little Bossa in our lives/ Um pouco de Bossa em nossas vidas
" A vida amigo...A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro nessa vida..."
"Life, my friend...Life is the art of encounter, although there is so much disencounter in this life..."
Vinícius de Moraes - Poeta, Diplomata, Capitão do Mato e o branco mais preto do Brasil na linha direta de Xangô. Sua "bença" poetinha, e Saravá!
"Life, my friend...Life is the art of encounter, although there is so much disencounter in this life..."
Vinícius de Moraes - Poeta, Diplomata, Capitão do Mato e o branco mais preto do Brasil na linha direta de Xangô. Sua "bença" poetinha, e Saravá!
Wednesday, December 15, 2010
Thursday, November 25, 2010
Para recordar...Anos 90 (Portuguese)
Um pedido antes de mais nada: leiam esse texto escutando essa trilha sonora que eu preparei especialmente para tornar os flashbacks ainda mais intensos - clique aqui
Apertou o play? Então vambora!
Anos 90...Ah, como era boa essa época não?
Anos incríveis que ficavamos horas e horas brincando na rua de pique-esconde, policia-ladrão, pulando com os famosos pogobols e comendo chocolate Lollo ou Surpresa...
Enquanto isso na televisão anunciava que o Plano Collor seria a "salvação" para a nossa inflação cada vez mais alta. Nos tele-jornais internacionais só falam da unificação das Alemanhas e a desunificação da União Soviética. E uns anos depois surge a chocante noticia que clonaram uma tal ovelha chamada Dolly. O MercoSul entra com força total enquanto os NAFTA's tentam nos empurar uma ALCA acima dos sulamericanos. E nós, seres ainda juvenis, começamos a dura jornada de aprendizado do computador, com disquetes A e B de 2KB, aprendendo comandos em DOS como: "C: \>dir", para saber o conteúdo do computador ou disquete e depois tentar jogar "Prince of Persia".
O cometa Halle-Bopp passa pertinho do Sol após 4.200 anos e quase ninguem consegue ver. No mesmo ano em que choramos a perda de um dos heróis nacionais do automobilismo, pulamos de alegia porque conquistamos o tetra-campeonato na Copa do Mundo de Futebol. Ficamos abismados com os tênis M2000 e Rainha que possuem amortecedores, além de outros como o Le Cheval que tem uma lâmpada vermelha que acende quando pisa. Ficamos tristes de não ganhar um Super Nintendo de Natal (meninos) ou na versão feminina, a boneca da Eliana. Enquanto temos ódio do Jorge e da Maria Joaquina no Carrosel, sonhamos em ser como o Lucas (Mundo da Lua) ou na versão feminina a Maria Carolina (Sonho Meu). Começamos frequentar as famosas festinhas (Festa Americana) em que há cadeiras espalhadas pelo salão de festas (ou sala), e você tem que chamar a menina para dançar senão vai acabar dançando solitariamente com uma vassoura. Geralmente a trilha sonora era composta por Bon Jovi, Roxette, INXS e Paralamas nas horas românticas, e na hora de pular e agitar como loucos era com Mamonas Assassinas e Green Day. Fora quando tocava MC Hammer com o hit "You can't touch this", íamos a loucura! Ah, detalhe importante: meninos levavam refrigerante e meninas doce ou salgado (não sei quem inventou essa regra, mas agradeço até hoje pois para nós, meninos, era muito conveniente).
Aprendemos que a Internet é um mundo sem limites, e fazemos mil perfis no MIRC e IRC, decoramos o nosso número do ICQ para poder adicionar as gatinhas(os) e bater um papo "on-line" (palavra nova!). As nossas mães reclamam que ficamos tempo demais utlizando a linha telefônica por causa da internet discada e começamos a madrugar pois alguns amigos legais nos avisaram que a partir da meia noite a cia. telefônica só cobra um pulso até as 6 da matina. Descobrimos um canal que só passa música maneira (MTV), pra não ficar assistindo as porcarias que passam no Programa do Gugu e do Faustão. Gera Samba entra com tudo no topo das paradas apresentando ao mundo a Dança do Tchan e a Dança do Bumbum, enquanto viámos na MTV, o Cazé Peçanha desligar na cara dos telespectadores no programa chamado "Teleguiado" (Na Caaaaaaaaaraaaaaaaaaaa, Na caaaaaraaaaaa!!!). Acompanhávamos assiduamente o DiskMTV as 6 horas da tarde com a estonteante Sabrina Parlatore. Culpamos o Ronaldo Fenômeno por não conquistar o Penta na França. As meninas não paravam de falar nos Backstreetboys e N'sync, e os garotos ficam deslumbrados com boom da punk music com The Offspring, Green Day, Blink 182, Bad religion, sem contar no Grunge do Nirvana um pouco antes e as músicas maneiras de um grupo que fazia homenagem a geléia que a avó fazia (Pearl Jam). Ouvimos pela primeira vez a palavra Pentium , e achamos que é alguem falando "pente" errado. Ficamos babando pelo fato de que há uma chance de vivermos em uma das luas de Júpiter, como a sonda Gallileu mostrou. Ouvimos que um tal de "GreenPeace" luta pela conservação ambiental e põe em cheque as decisões tomadas na Eco-92, realizada no Rio de Janeiro. Achamos tudo isso irado e queremos lutar pelo meio ambiente e quase largamos tudo para ir com eles pular de paraquedas em navios petroleiros. E por final, achamos que todos os relógios e computadores do Mundo iriam parar na virada do Ano 2000 por causa do "Bug do Milênio" e iríamos morrer em decorrência disso.
Uma década e tanto, não?
Pois é, já fazem uns 20 anos que tudo isso começou...E com certeza esqueci de mencionar outros milhões de fatos marcantes, todavia esse texto era só para te lembrar uma coisa: estamos ficando velhos.
Escrevi no mail mesmo porque fiquei com preguiça em abrir o Word...Se quiserem passar para alguém não precisa pedir permissão. Os direitos são de todos!
Abraços,
Cassio
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Tuesday, November 2, 2010
Wednesday, October 27, 2010
Monday, October 4, 2010
Les crêpes et le cidre de Bretagne...
Monday, September 27, 2010
Secret Island Reveals the Typhoon's Power
11:00PM last friday:
My friend calls me inviting to head this secret island on Saturday because of the Typhoon swell. Lucky me, otherwise I would spend the whole weekend at the Lab doing my delayed experiments. After seeing the forecast, I was pretty sure that this swell would smoke.
Saturday, 6:00AM:
After checked the reefs around, we confirmed that almost of the points were closed out. Surf at a barely protected righthand point break with another 30 hungry surfers to warm up. We did ride some long fun walls with 4 foot, just in case thinking on the possibility that the island would be unsurfable.
Saturday, 9:00AM:
We drove until the harbour and took the boat to the island.
Saturday, 11:00AM:
No need to say anything. Just check the photos below.
Stoked faces with broken boards. Is it possible? Yeah, when it's pumping, after ride some good ones...
Results of this session:
7 surfers sharing these conditions
3 broken boards
150 'uhuuuuus' screamed to the bro's at outside
4 liters of Isotonic drinks
5 hours laughing after the session
4 minor accidents with our skins
My friend calls me inviting to head this secret island on Saturday because of the Typhoon swell. Lucky me, otherwise I would spend the whole weekend at the Lab doing my delayed experiments. After seeing the forecast, I was pretty sure that this swell would smoke.
Saturday, 6:00AM:
After checked the reefs around, we confirmed that almost of the points were closed out. Surf at a barely protected righthand point break with another 30 hungry surfers to warm up. We did ride some long fun walls with 4 foot, just in case thinking on the possibility that the island would be unsurfable.
Saturday, 9:00AM:
We drove until the harbour and took the boat to the island.
Saturday, 11:00AM:
No need to say anything. Just check the photos below.
Stoked faces with broken boards. Is it possible? Yeah, when it's pumping, after ride some good ones...
Results of this session:
7 surfers sharing these conditions
3 broken boards
150 'uhuuuuus' screamed to the bro's at outside
4 liters of Isotonic drinks
5 hours laughing after the session
4 minor accidents with our skins
Tuesday, September 14, 2010
Another shot in the dark(I know, it was sunny)...
Following the very small swell of a Typhoon, we tried to escape of this unbelievable summer crowd.
Another try to this island in Japan few days ago. This time with old school guys and friends.
Not Epic during these 2 days, however wouldn't say that it was shitty: warm water, hot melty sun and only us sharing these conditions. Claaaaaaassic!
Another try to this island in Japan few days ago. This time with old school guys and friends.
Not Epic during these 2 days, however wouldn't say that it was shitty: warm water, hot melty sun and only us sharing these conditions. Claaaaaaassic!
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Thursday, September 9, 2010
The way...(Chronicle in Portuguese)
Soon I'll translate and post in English.
The way... Por Cassio K. Nakamura
Sempre que a vida nos oferece algumas variedades de caminhos, coisas e pessoas, procuramos automaticamente escolher o que achamos melhor para aquele determinado instante ou para um futuro próximo. Dificilmente pensamos em um futuro distante, na ânsia de usufruir o que nos é ofertado ali, afinal cansamos de escutar o velho “cliché ”: “a vida é curta demais e deve ser aproveitada! Carpe diem!”. Desfrutar cada segundo, minuto e hora, ou até agüentar a barra de uma escolha difícil no começo em prol do benefício posterior próximo. Talvez abdicar um caminho já escolhido, e mudar completamente as coordenadas de repente para chegar a um novo destino nos parece penoso, como um sacrilégio para os nossos ideais iniciais. E digo mais: essa inversão dos pólos as vezes se apresenta como a unica solução para os nossos problemas e acaba tornando-se o profeta Moisés abrindo o Mar Vermelho para fugirmos dos egípcios e guiar-nos para a terra prometida. Mas nem sempre chegamos lá. Quase nunca acertamos as coordenadas rumo ao conforto pessoal com somente um cálculo, e tentamos infinitamente fazer alguns reajustes nos azimutes para que ainda na maioria das vezes resultar em um erro e passarmos bem longe do destino final. E quando chegamos lá, seja qualquer lugar que for, descobrimos que o mais importante não foi chegar ao destino final em si, mas sim a vivência durante todo o percurso até ele.
Voltar para a região de onde crescemos, regressar de um lugar distante para rever a familia, amigos, cachorros, paixões antigas, vizinhos, ou até aquele colega chato, é sempre ótimo. A agradável essência da saudade misturada com a euforia torna ainda mais especial cada momento do reencontro. Coração acelerado, quase saltando para fora do peito e a sensação das mãos suadas devido as glândulas sudoríparas trabalhando a mil. Sorrisos, longos abraços, beijos ou até a triste vazia lembrança dos que já se foram durante o período que não estive por aqui. Passado o primeiro instante, vem a calmaria serena. O tom de ternura paira juntamente com a composição fria do ar. Sempre com disposição a escutar estórias do período da minha ausência, ou contar sobre o curso da vida longe do porto natal. Momentos nostálgicos marcantes também fazem parte do repertório desse encontro. Uma deliciosa salada de frutas de emoções. Saborosa sobremesa que me faz pensar constantemente nas decisões tomadas por mim até então.
Reencontrar o pessoal da época da faculdade na comemoração dos 10 anos do nosso curso de graduação foi o auge dessa breve visita. Recapitular um dos períodos mais intensos de nossas vidas, com todas essas pessoas nos quais sentimos muito carinho foi extremamente agradável e ao mesmo tempo triste. Observando atentamente, percebi o quanto as pessoas se apegam a essa época de estudante universitário. Também não é para menos: vida longe dos cuidados paternalistas excessivos dando a impressão da pseudo-independência, positivismo em relação ao Mundo, viagens para congressos, praia(no nosso caso), azaração, aprendizado com os docentes altamente qualificados e muitas, muitas festas. Um período áureo do qual vamos recordar, contar e recontar para os nossos filhos, netos ou quem sabe até em um capítulo da autobiografia como o ápice e hipérbole da nossa juventude. Ou talvez não seja uma boa idéia dividir com a família e estranhos esses causos dessa época, com receio de descobrirem que ao invés de estudarmos para graduar no curso da Universidade, estávamos nos formando em curtição, alcoolismo e festa.
Depois de algumas conversas com os amigos(as) agora ex-colegas de classe, de muitos copos do sagrado suco de cevada e doses destiladas (necessariamente nesta ordem), me deparo pensando em uma amarga e triste realidade: esse maldito tempo não voltará nunca mais. A concepção utópica de um refúgio universitário para a minha desgastada mente do entediante dia-a-dia esvazia-se junto com o copo e se vai com a última gota de álcool – Acabou. Foi bom enquanto durou, porém, temos que nos separar. De novo. Como tudo na vida é passageiro e nada é para sempre (O.K., também já cansei de ler/ouvir isso), esse “remember” já era. – Em um passe de mágica a realidade de alguns anos atrás vivida ali, naquele curto momento, se transformara apenas em lembranças pretéritas novamente. Tão adocicado e sádico como o cheiro que sua ex-namorada deixou no lençol e travesseiro da sua cama, agora vazia. Contudo, apesar dos pesares, fico feliz que tenha chegado ao fim. Não que eu esteja contente em não ter mais essas pessoas especiais por perto, mas sim de olhar para trás e ter a certeza de que fiz a escolha das pessoas certas. Posso ter escolhido as decisões e os caminhos errados. Entretanto, quem se importa? Os melhores momentos com certeza não foram os que eu estava sozinho. Claro que me arrependo de ter e não ter feito diversas coisas(quem diz que não se arrepende está descaradamente mentindo e enganando a si próprio), todavia, no contexto geral saiu bem melhor do que o planejado. Mentira, pois nunca planejei estar onde eu estou agora, muito menos nas coisas durante a faculdade e talvez nunca tenha pensado direito o que seria e será do meu futuro.
Por fim, após muitos pleonasmos e “clichés” digo-lhes que a jornada é muito mais do que tomada de decisões. Correto é quem sabe apreciar esse percurso, e não ficar sonhando com o destino final. No entanto, creio estar longe do estereótipo correto. Mas estou me esforçando. Vivendo e aprendendo. Ou vice-versa.
Photos by Taiana "Baiana"
The way... Por Cassio K. Nakamura
Sempre que a vida nos oferece algumas variedades de caminhos, coisas e pessoas, procuramos automaticamente escolher o que achamos melhor para aquele determinado instante ou para um futuro próximo. Dificilmente pensamos em um futuro distante, na ânsia de usufruir o que nos é ofertado ali, afinal cansamos de escutar o velho “cliché ”: “a vida é curta demais e deve ser aproveitada! Carpe diem!”. Desfrutar cada segundo, minuto e hora, ou até agüentar a barra de uma escolha difícil no começo em prol do benefício posterior próximo. Talvez abdicar um caminho já escolhido, e mudar completamente as coordenadas de repente para chegar a um novo destino nos parece penoso, como um sacrilégio para os nossos ideais iniciais. E digo mais: essa inversão dos pólos as vezes se apresenta como a unica solução para os nossos problemas e acaba tornando-se o profeta Moisés abrindo o Mar Vermelho para fugirmos dos egípcios e guiar-nos para a terra prometida. Mas nem sempre chegamos lá. Quase nunca acertamos as coordenadas rumo ao conforto pessoal com somente um cálculo, e tentamos infinitamente fazer alguns reajustes nos azimutes para que ainda na maioria das vezes resultar em um erro e passarmos bem longe do destino final. E quando chegamos lá, seja qualquer lugar que for, descobrimos que o mais importante não foi chegar ao destino final em si, mas sim a vivência durante todo o percurso até ele.
Voltar para a região de onde crescemos, regressar de um lugar distante para rever a familia, amigos, cachorros, paixões antigas, vizinhos, ou até aquele colega chato, é sempre ótimo. A agradável essência da saudade misturada com a euforia torna ainda mais especial cada momento do reencontro. Coração acelerado, quase saltando para fora do peito e a sensação das mãos suadas devido as glândulas sudoríparas trabalhando a mil. Sorrisos, longos abraços, beijos ou até a triste vazia lembrança dos que já se foram durante o período que não estive por aqui. Passado o primeiro instante, vem a calmaria serena. O tom de ternura paira juntamente com a composição fria do ar. Sempre com disposição a escutar estórias do período da minha ausência, ou contar sobre o curso da vida longe do porto natal. Momentos nostálgicos marcantes também fazem parte do repertório desse encontro. Uma deliciosa salada de frutas de emoções. Saborosa sobremesa que me faz pensar constantemente nas decisões tomadas por mim até então.
Reencontrar o pessoal da época da faculdade na comemoração dos 10 anos do nosso curso de graduação foi o auge dessa breve visita. Recapitular um dos períodos mais intensos de nossas vidas, com todas essas pessoas nos quais sentimos muito carinho foi extremamente agradável e ao mesmo tempo triste. Observando atentamente, percebi o quanto as pessoas se apegam a essa época de estudante universitário. Também não é para menos: vida longe dos cuidados paternalistas excessivos dando a impressão da pseudo-independência, positivismo em relação ao Mundo, viagens para congressos, praia(no nosso caso), azaração, aprendizado com os docentes altamente qualificados e muitas, muitas festas. Um período áureo do qual vamos recordar, contar e recontar para os nossos filhos, netos ou quem sabe até em um capítulo da autobiografia como o ápice e hipérbole da nossa juventude. Ou talvez não seja uma boa idéia dividir com a família e estranhos esses causos dessa época, com receio de descobrirem que ao invés de estudarmos para graduar no curso da Universidade, estávamos nos formando em curtição, alcoolismo e festa.
Depois de algumas conversas com os amigos(as) agora ex-colegas de classe, de muitos copos do sagrado suco de cevada e doses destiladas (necessariamente nesta ordem), me deparo pensando em uma amarga e triste realidade: esse maldito tempo não voltará nunca mais. A concepção utópica de um refúgio universitário para a minha desgastada mente do entediante dia-a-dia esvazia-se junto com o copo e se vai com a última gota de álcool – Acabou. Foi bom enquanto durou, porém, temos que nos separar. De novo. Como tudo na vida é passageiro e nada é para sempre (O.K., também já cansei de ler/ouvir isso), esse “remember” já era. – Em um passe de mágica a realidade de alguns anos atrás vivida ali, naquele curto momento, se transformara apenas em lembranças pretéritas novamente. Tão adocicado e sádico como o cheiro que sua ex-namorada deixou no lençol e travesseiro da sua cama, agora vazia. Contudo, apesar dos pesares, fico feliz que tenha chegado ao fim. Não que eu esteja contente em não ter mais essas pessoas especiais por perto, mas sim de olhar para trás e ter a certeza de que fiz a escolha das pessoas certas. Posso ter escolhido as decisões e os caminhos errados. Entretanto, quem se importa? Os melhores momentos com certeza não foram os que eu estava sozinho. Claro que me arrependo de ter e não ter feito diversas coisas(quem diz que não se arrepende está descaradamente mentindo e enganando a si próprio), todavia, no contexto geral saiu bem melhor do que o planejado. Mentira, pois nunca planejei estar onde eu estou agora, muito menos nas coisas durante a faculdade e talvez nunca tenha pensado direito o que seria e será do meu futuro.
Por fim, após muitos pleonasmos e “clichés” digo-lhes que a jornada é muito mais do que tomada de decisões. Correto é quem sabe apreciar esse percurso, e não ficar sonhando com o destino final. No entanto, creio estar longe do estereótipo correto. Mas estou me esforçando. Vivendo e aprendendo. Ou vice-versa.
Photos by Taiana "Baiana"
Indo Dreams 2010 dry season
When the plane hit the airstrip of Ngurah Rai International airport, the feeling of peace filled my brain with a lot of endorphin. The only concern about my life was if the boards were still O.K. without a crash. Everything about my ordinary life stayed outside of Indo at the momment that the plane crossed the territorial borders of Republic of Indonesia. I was there last month and have took a break of my graduate course to recharge the battery of my soul and to attend a wedding of my good friend in Nusa Tenggara. The Islands of Friendly Blis, Holly Bintang Beers, perfect waves, spicy food and clove cigarettes are nice destinations for a scape of our harsh reality that we live in. You always have old freinds to visit there when is not the first time. And you always make new ones. And you always get some nice barrels when your fear of shallow coral reefs is not too enough to freeze your entire body.
Damn I'm missing the landscape, Nasi goreng and the Bintangs!
Overcrowded like as usual, Bali is not the same island anymore. It changed a lot in these past few years. Many Resorts and shoppings centers just appeared on the paradisiac beaches. Sad reality of our hungry capitalist world. However, the sweet smell of the incense still perfuming the air.
Here some nice pics of this season.
Terima Kasih and Selamat tinggal
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